A Portuguesa Heróis do mar, nobre povo, Nação valente e imortal Levantai hoje de novo O esplendor de Portugal ! Entre as brumas da memória, Ó Pátria, sente-se a voz Dos teus egrégios avós Que há-de guiar-te à vitória ! Às armas, às armas ! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas ! Pela Pátria lutar ! Contra os canhões marchar, marchar ! Desfralda a invicta Bandeira, À luz viva do teu céu ! Brade a Europa à terra inteira : Portugal não pereceu ! Beija o solo teu, jucundo, O oceano, a rugir de amor, E o teu Braço vencedor Deu mundos novos ao mundo ! Às armas, às armas ! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas ! Pela Pátria lutar ! Contra os canhões marchar, marchar! Saudai o Sol que desponta Sobre um ridente porvir ; Seja o eco de uma afronta O sinal de ressurgir. Raios dessa aurora forte São como beijos de mãe, Que nos guardam, nos sustêm, Contra as injúrias da sorte. Às armas, às armas ! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas ! Pela Pátria lutar ! Contra os canhões marchar, marchar! Alfredo Keil (musica) Henrique Lopes de Mendonça (letra), 1890